Ao falarmos sobre a geração de efluentes industriais, os frigoríficos e abatedouros podem ser considerados um dos segmentos que mais consomem água em seu processo produtivo, assim, gerando um grande volume de efluentes, especialmente com alta presença de carga orgânica.

O setor alimentício é um dos que mais crescem no Brasil e, com isso, é considerado o maior exportador de carne bovina e um dos maiores produtores e exportadores de carne suína e frango.

Estima-se que, até 2028, o Brasil atingirá 23% do total das exportações mundiais de carne bovina (dado do USDA – Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).

A partir destes dados interessantes, conclui-se diversos pontos positivos e de crescimento para a economia brasileira, mas ao mesmo tempo vale atentar-se com outros fatores que também acabam sendo atingidos, como por exemplo, o fator ambiental, devido ao alto consumo de água e produção de efluentes.

Assim, é necessário tornar o tratamento de efluentes um ponto prioritário e de atenção para minimizar os impactos gerados e é sobre isso que falaremos em nosso artigo de hoje, sobre o tratamento de efluentes em frigoríficos e abatedouros. Veja abaixo os assuntos que poderá encontrar ao decorrer da leitura:

– Características do efluente gerado em frigoríficos e abatedouros;

– Etapas para o tratamento do efluente;

– Tipos de tratamento de efluentes mais utilizados;

– Vantagens da estação de tratamento de efluentes em frigoríficos e abatedouros;

– Soluções para o tratamento de efluentes de frigoríficos e abatedouros

Continue a leitura e em caso de dúvidas ao decorrer ou finalização da mesma, a Multiagua possui uma equipe especializada em tratamento de efluentes e que poderá te auxiliar.

Características do efluente gerado em frigoríficos e abatedouros

Primeiro, é importante entendermos o tipo de efluente que é gerado nos processos produtivos de um frigorífico ou abatedouro para que assim possamos entender melhor a necessidade e tipo de tratamento adequado para o mesmo.

Durante os processos neste segmento industrial, é grande o volume gerado de substâncias como: esterco, gorduras, vísceras, fragmentos de carne e ossos, sangue, entre outros. Este fato faz com que o nível de matéria orgânica presente no efluente seja alto, gerando altos valores de DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio) e DQO (Demanda Química de Oxigênio). Estes parâmetros são os responsáveis e utilizados por quantificar o nível de carga poluidora presente no efluente, sendo que, no caso de frigoríficos e abatedouros, o sangue pode ser citado como o principal contribuinte para este alto índice.

Além disso, outros fatores que apresentam altas taxas são a presença de sólidos em suspensão, graxas e materiais flotáveis.

Ainda, devido a necessidade de limpezas frequentes, pode-se encontrar um nível elevado de substâncias derivadas de detergentes e sanitizantes.

Como o efluente desse segmento são provenientes de resíduos de carnes, o mesmo apresenta uma característica putrescível e que exalam fortes odores, além de contar com a presença de microrganismos patogênicos, como bactérias, especialmente a Salmonella e a Shiguella, ovos de parasitas, cistos de amebas, resíduos de pesticidas devido a alimentação dos animais, entre muitas outras substâncias.

De maneira geral, podemos dizer que os frigoríficos e abatedouros podem gerar dois diferentes tipos de efluentes, sendo eles:

Efluentes de linha vermelha: responsáveis pela maior quantidade de efluentes gerado no setor, sendo responsável por cerca de 85% da vazão total, é composto por um conteúdo proteico e gorduroso, ou seja, é representado pelo efluente formado pelos restos dos animais;

Efluentes da linha verde: produzidos em menor quantidade, este é o tipo de efluente presente em todo e qualquer ambiente industrial, sendo proveniente de sanitários, refeitórios, caldeiras, compressores, lavanderias, entre outros. Apesar de não ser composto por restos dos animais, este tipo de efluente também apresenta um alto grau de contaminação biológica. 

Etapas para o tratamento de efluentes proveniente de frigoríficos e abatedouros

Para que seja minimizado o impacto gerado por esse efluente ao ser despejado no meio ambiente, faz-se necessário que o mesmo passe por um rigoroso e adequado tratamento.

Além disso, muito se usa do tratamento do efluente gerado pelos frigoríficos e abatedouros para gerar a água de reúso e assim reduzir o consumo de água doce para os processos que não necessitam de água potável.

Durante o tratamento do efluente, algumas etapas básicas devem ser seguidas, sendo elas:

1 – Tratamento preliminar: é realizada a separação de substâncias sólidas, como pêlos, ossos, penas, vísceras, entre outros;

2 – Tratamento primário: nesta etapa utiliza-se de um sistema físico-químico de decantação e flotação;

3 – Tratamento secundário: realizado a partir de um sistema biológico anaeróbio e sistemas de lodos ativados e aeradores;

4 – Tratamento terciário ou avançado: esta etapa dependerá e se altera de acordo com a finalidade do efluente, se o mesmo será encaminhado para reúso ou para o descarte, muitas vezes sendo necessário processos mais avançados para a obtenção da qualidade desejada no efluente.

 

Tipos de tratamento de efluentes mais utilizados em frigoríficos e abatedouros

Além da preservação do meio ambiente e redução do uso de água doce em casos de sistemas de água de reúso, o tratamento de efluentes produzidos por frigoríficos e abatedouros é indispensável quando o assunto é a preservação da saúde e segurança da população, evitando doenças e contaminações.

Após descobrir que os tratamentos são divididos em 4 etapas distintas, saiba que são diversos os tipos de tratamentos que podem ser utilizados em efluentes frigoríficos, nos quais são aplicados processos químicos, físicos e biológicos.

Confira abaixo a lista com os principais tipos de tratamento de efluentes em frigoríficos e abatedouros e uma breve explicação de cada um deles para seu breve conhecimento:

Processos anaeróbios
Este tipo de processo ocorre por microrganismos que não necessitam da presença de oxigênio. Devido ao nível de biodegradabilidade do efluente encontrado em frigoríficos e abatedouros, esse tipo de processo é facilitado.

Para que ocorra o processo anaeróbio, faz-se necessário que seja criada uma condição favorável para o processo de digestão dos microrganismos, como o controle de pH, temperatura e presença de nutrientes. A partir disso, compostos orgânicos complexos são transformados em compostos mais simples e grande quantidade de matéria orgânica é removida partindo de um baixo consumo de energia.

Ainda, é um processo no qual podemos ressaltar a baixa produção de sólidos, baixo consumo de nutrientes e produção de metano.

Por outros lado, em alguns casos, é necessário um pós tratamento para que o efluente se enquadre dentro das leis estabelecidas.

Lodos ativados
Com grande eficiência, este é o tipo de tratamento mais encontrado e utilizado nos frigoríficos. É aqui que bactérias, protozoários e algas contribuem para a degradação da matéria presente no efluente.

Os sistemas de lodos ativados são indicados especialmente para casos em que é necessário um efluente com alta qualidade e que a indústria apresente um espaço reduzido de área para instalação.

Por outro lado, este tipo de sistema consome mais energia elétrica devido ao grande índice de mecanização dos processos.

Lagoas aeróbias
Este tipo de sistema, quando encontrado em condições naturais,  realiza a decomposição da matéria orgânica presente no efluente três vezes mais rápido do que em sistemas anaeróbios, além de produzirem gás carbônico, água, nitratos e sulfatos, os quais são úteis para a vida vegetal.

Neste tipo de sistema é necessário a presença de oxigênio e, para a garantia do mesmo, são utilizados aeradores, os quais ainda servem para deixar os sólidos em suspensão no efluente.

Normalmente, devido à grande quantidade de sólidos ainda presentes após o tratamento, é indicado que haja um segundo tratamento, como uma lagoa de decantação, para contribuir e complementar a lagoa aeróbia.

Filtros biológicos de alta taxa
Os efluentes são depositados sob um leito, no qual é levado até uma camada de bactérias, as quais realizarão a digestão da matéria orgânica. O restante do efluente é direcionado para um dreno de fundo.

Este tipo de processo de tratamento suporta a aplicação de cargas elevadas e por isso é uma ótima opção quando o assunto é o tratamento de efluentes de frigoríficos.

Como tratamento preliminar, é realizado o gradeamento através de caixa de areia e o peneiramento é responsável por eliminar a presença de penas, ossos, vísceras e outros sólidos.

 

Vantagens da estação de tratamento de efluentes em frigoríficos e abatedouros

Algumas das vantagens em realizar o tratamento de efluentes nós já citamos aqui, mas você sabia que obter uma estação de tratamento de efluentes para seu frigorífico pode gerar inúmeros benefícios? Confira alguns deles:

– Você passa a atuar de acordo com as normas e leis ambientais;

– Você poderá contar com um sistema eficiente e compacto, além de obter facilidade na operação;

– Reduzirá os custos com energia e com o consumo de água;

– Realizará o processo de tratamento dentro de sua própria indústria, reduzindo os riscos de contaminação;

– Entre muitos outros.

 

Soluções para o tratamento de efluentes de frigoríficos e abatedouros

A Multiagua oferece um serviço completo para o tratamento de efluentes, inclusive para frigoríficos e abatedouros, tendo a solução ideal para o seu tipo de efluente.

Indo desde a realização de uma consultoria particular e desenvolvimento de projetos personalizados, até soluções para cada uma das etapas de tratamento e aplicação dos produtos químicos e equipamentos necessários, a Multiagua oferece qualidade garantida através de uma equipe especializada e com certificação ISO 9001 desde 2005.

Saiba mais sobre nossas soluções para o tratamento de efluentes e entre em contato conosco para levar a eficiência para a sua indústria.