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Indicadores de Performance (KPIs) em sistemas de tratamento de água industrial: O que medir e como otimizar
Na indústria, os sistemas de tratamento de água não são apenas uma exigência regulatória ou uma etapa de apoio à operação. Eles representam um elo crítico entre produtividade, sustentabilidade e controle de custos. À medida que as demandas por eficiência aumentam e as exigências ambientais se tornam mais rigorosas, torna-se essencial avaliar o desempenho desses sistemas com precisão.
Nesse contexto, os Indicadores de Performance (KPIs) assumem um papel estratégico. São eles que traduzem a operação técnica em dados de gestão, permitindo decisões mais seguras, ágeis e orientadas por evidências. Neste artigo, a Multiagua explora os principais KPIs aplicáveis ao tratamento de água industrial, seu papel na eficiência operacional e como utilizá-los para agregar valor à rotina produtiva da sua planta.
KPIs: por que medir é mais importante do que nunca?
No passado, muitas estações de tratamento de água operavam com foco quase exclusivo na conformidade com parâmetros legais mínimos. O importante era cumprir o que estava na licença ambiental — e, em muitos casos, pouco se monitorava além disso. Hoje, essa abordagem já não é suficiente.
A gestão moderna da água industrial exige mais do que operar dentro dos limites. Em um cenário de custos crescentes com insumos, energia e mão de obra, somado à escassez hídrica em diversas regiões e à pressão por práticas sustentáveis, medir o desempenho da operação deixou de ser uma opção e passou a ser uma necessidade estratégica.
Os KPIs (Key Performance Indicators) são os instrumentos que permitem enxergar o que está funcionando — e o que não está. São eles que indicam, com base em dados reais, se um sistema está operando com eficiência, se há desperdício de recursos, se os processos estão otimizados ou se existem falhas que comprometem o desempenho técnico, econômico ou ambiental da estação.
Mais do que controlar variáveis isoladas, os indicadores oferecem uma visão integrada do sistema, possibilitando a identificação de tendências, o planejamento de melhorias e a comprovação de resultados. Eles conectam o chão de fábrica à estratégia da empresa, permitindo que o tratamento de água seja tratado não como um centro de custo, mas como um pilar de competitividade e sustentabilidade.
Além disso, a medição sistemática traz benefícios práticos imediatos: redução do consumo de insumos, maior previsibilidade operacional, menor risco de não conformidade ambiental, tomada de decisão baseada em evidência e maior segurança para os operadores.
Nesse contexto, implantar uma cultura de acompanhamento de KPIs é uma forma de profissionalizar a gestão da água e torná-la mais eficiente, técnica e alinhada com os desafios atuais da indústria.
Como estruturar os indicadores: lógica e categorias fundamentais
Para que os KPIs gerem valor real, é preciso organizá-los de forma coerente. A estruturação correta começa pela identificação dos objetivos da operação (eficiência energética, estabilidade de parâmetros, redução de custos, entre outros) e avança com a definição das categorias de análise.
Na prática, os indicadores podem ser divididos em cinco grandes grupos: operacionais, de consumo, de qualidade da água, econômicos e ambientais/regulatórios. Cada grupo se conecta com aspectos específicos do sistema de tratamento e oferece visões complementares sobre o desempenho da operação.
1. Indicadores Operacionais: a base para o controle da rotina
Os indicadores operacionais têm como foco o comportamento dos sistemas físicos e químicos que compõem a estação de tratamento. Eles revelam, por exemplo, se a planta está operando dentro das capacidades projetadas ou se há descompassos que indicam problemas iminentes.
Um dos KPIs mais fundamentais é a vazão de entrada e saída, que permite verificar variações no volume tratado. Quedas na vazão de saída podem sinalizar obstruções em filtros, falhas em bombas ou sobrecarga no sistema.
Outro ponto crítico é o tempo de retenção hidráulica (TRH) — ou seja, o tempo que a água permanece dentro dos tanques de tratamento. Esse tempo precisa ser suficiente para que reações como a coagulação, floculação e decantação ocorram de forma eficiente. Se o TRH estiver fora do padrão, a qualidade final do tratamento pode ser comprometida.
A eficiência de remoção de contaminantes também é um KPI vital, pois indica o quanto o sistema está conseguindo reduzir cargas poluentes — como DBO, DQO, metais pesados, sólidos suspensos, entre outros. Essa métrica deve ser acompanhada com rigor técnico, pois oscilações nesse indicador podem ter impactos tanto ambientais quanto legais.
Além disso, para equipamentos críticos, o tempo médio entre falhas (MTBF) permite avaliar a confiabilidade operacional, ajudando a planejar manutenções preventivas e evitar paradas inesperadas.
2. Indicadores de Consumo: foco na eficiência de recursos
O uso racional de insumos como produtos químicos, energia elétrica e água de reposição é cada vez mais relevante, tanto pelo ponto de vista econômico quanto ambiental. Os KPIs de consumo permitem diagnosticar desperdícios e identificar oportunidades de otimização.
O consumo específico de produtos químicos (por exemplo, quilos de coagulante por metro cúbico tratado) é um dos principais indicadores. Uma dosagem excessiva, além de elevar custos, pode afetar a qualidade da água e gerar mais lodo, aumentando o volume de resíduos a serem tratados. Por outro lado, dosagens insuficientes comprometem a eficiência do processo.
A energia elétrica é outro recurso que merece atenção. Motores de bombas, sistemas de filtração e dosadores consomem energia continuamente. Monitorar o consumo energético por metro cúbico tratado permite avaliar o desempenho da estação em relação à eficiência energética. Sistemas com desempenho abaixo do esperado podem ser alvo de retrofit, automação ou substituição de equipamentos.
O consumo de água de reposição também deve ser monitorado com frequência. Perdas excessivas ao longo do processo podem indicar vazamentos, drenagens incorretas ou sistemas de reuso subaproveitados.
3. Indicadores de Qualidade da Água: garantia de conformidade e desempenho
Controlar a qualidade da água tratada é essencial não apenas para atender à legislação, mas também para garantir que os processos produtivos dependentes dela ocorram com segurança e eficiência.
Parâmetros básicos como pH, turbidez, condutividade e sólidos totais fornecem uma leitura inicial do estado da água tratada. A variabilidade desses indicadores pode indicar falhas nos processos físico-químicos ou biológicos.
A Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) e a Demanda Química de Oxigênio (DQO) são indicadores essenciais em efluentes, refletindo a carga orgânica presente. Esses parâmetros não apenas determinam a eficiência do tratamento, mas são exigidos em relatórios ambientais e licenças de operação.
Em segmentos específicos, como indústria têxtil, farmacêutica ou metalúrgica, outros indicadores ganham protagonismo: metais pesados, óleos e graxas, nitrogênio amoniacal, cloretos, entre outros. A presença desses elementos pode comprometer a operação de caldeiras, gerar incrustações ou exigir tratamentos adicionais.
Na prática, a Multiagua observa que muitas indústrias enfrentam oscilações nesses parâmetros por causa de variações no perfil da água bruta — seja por mudanças sazonais, variações de captação ou contaminações acidentais. O monitoramento contínuo e digital desses indicadores permite responder com agilidade a essas variações.
4. Indicadores Econômicos: a relação direta com os custos operacionais
Conhecer o custo de operação de uma estação de tratamento é fundamental para tomada de decisão estratégica. O principal KPI nesse aspecto é o custo por metro cúbico tratado, que engloba gastos com produtos químicos, energia, mão de obra, manutenção, análises laboratoriais e descarte de resíduos.
Essa informação permite comparar diferentes unidades operacionais, justificar investimentos em melhorias e embasar negociações com fornecedores e prestadores de serviço.
Outro indicador relevante é o payback de investimentos — especialmente em sistemas de automação, retrofit ou melhoria de eficiência. Com ele, é possível calcular em quanto tempo a economia gerada por uma melhoria cobre o valor investido, apoiando uma gestão de ativos mais racional e estratégica.
Ainda no campo econômico, o índice de manutenção corretiva versus preventiva é um termômetro da maturidade da operação. Uma proporção muito alta de corretivas sugere falta de planejamento, risco de paradas e elevação de custos não previstos.
5. Indicadores Ambientais e Regulatórios: conformidade e ESG na prática
Em um ambiente cada vez mais regulado e sensível à sustentabilidade, os KPIs ambientais ganham protagonismo. O primeiro deles é o percentual de reuso da água tratada, indicador que mostra o quanto a indústria está aproveitando seus próprios recursos hídricos para processos secundários, como lavagem de pisos, torres de resfriamento ou irrigação.
Outro KPI relevante é a geração de lodo por metro cúbico tratado. O volume de resíduos gerados afeta diretamente os custos de descarte e a pegada ambiental da planta. Monitorar esse parâmetro permite, por exemplo, avaliar a eficiência da coagulação e ajustar o processo para reduzir a produção de lodo.
Por fim, o índice de conformidade com licenças e outorgas deve ser acompanhado de forma sistemática. Isso inclui não apenas os limites de emissão definidos pelas legislações locais (como a resolução CONAMA 430), mas também as condições operacionais descritas em cada licença.
Implantando uma cultura de gestão por indicadores: como transformar dados em resultados práticos
Adotar KPIs na gestão do tratamento de água industrial exige mais do que instalar sensores ou gerar relatórios pontuais. É necessário implantar uma cultura de acompanhamento contínuo, análise crítica e tomada de decisão baseada em dados. Para que os indicadores realmente contribuam para o desempenho da operação, é fundamental que eles façam parte do dia a dia da equipe, desde o nível operacional até o estratégico.
Na prática, esse processo pode ser estruturado em quatro etapas principais, que garantem consistência, clareza e aplicabilidade dos indicadores.
1. Mapeamento e priorização dos processos críticos
O primeiro passo é identificar quais pontos da operação devem ser monitorados com mais atenção. Isso inclui os processos que, quando falham, geram maiores prejuízos — sejam eles financeiros, ambientais ou operacionais.
Nessa etapa, é importante levantar os equipamentos-chave, os parâmetros mais sensíveis à variação e os pontos onde ocorrem perdas frequentes. Um sistema de tratamento por osmose reversa, por exemplo, pode ter como pontos críticos a qualidade da água de entrada, a integridade das membranas e a taxa de rejeito. Já uma estação de coagulação e floculação pode demandar atenção à dosagem química, ao tempo de retenção hidráulica e à produção de lodo.
O objetivo aqui não é medir tudo, mas sim definir o que realmente impacta a performance da estação e pode ser melhorado com base em dados confiáveis.
2. Definição dos indicadores-chave e seus parâmetros de controle
Com os processos prioritários mapeados, o próximo passo é escolher os indicadores que melhor representam a eficiência, a estabilidade e o custo da operação. Cada KPI deve ser definido com clareza, incluindo:
– Unidade de medida (m³, kg, kWh, mg/L etc.);
– Periodicidade da coleta (horária, diária, semanal);
– Responsável pelo registro ou sistema que realizará a medição;
– Limites de referência (mínimo, máximo, ideal);
– Ações esperadas em caso de desvios.
Por exemplo, se o KPI for “consumo específico de coagulante”, é preciso estabelecer uma faixa ideal de dosagem com base em estudos prévios, histórico operacional ou recomendação técnica. Sempre que esse indicador sair do intervalo esperado, a equipe deve saber como investigar e corrigir o desvio.
Vale lembrar que indicadores mal definidos ou sem metas claras acabam sendo ignorados. Por isso, a Multiagua recomenda envolver diferentes áreas da empresa nesse processo, garantindo a aderência técnica e o engajamento da equipe.
3. Digitalização e sistematização do acompanhamento
Embora a coleta manual de dados ainda seja comum em muitas plantas, o ideal é avançar para sistemas de monitoramento digital, que automatizem ao máximo a captura, organização e visualização dos indicadores.
Mesmo que a empresa não tenha infraestrutura para automação completa, é possível estruturar planilhas de controle, checklists operacionais e relatórios consolidados, que facilitem a análise dos dados e permitam identificar tendências.
Independentemente do grau de automação, o mais importante é garantir que os dados estejam sempre atualizados, acessíveis e confiáveis. Isso permite tomar decisões com agilidade e base técnica, além de fornecer material para auditorias internas, relatórios ambientais e comprovação de resultados.
4. Análise crítica e ações corretivas contínuas
A última — e talvez mais importante — etapa da implantação de uma cultura de indicadores é analisar os dados coletados com um olhar crítico e estratégico. Não basta registrar números: é preciso entender o que eles estão mostrando e como eles influenciam o desempenho global da operação.
Por isso, recomenda-se a realização de reuniões técnicas periódicas (semanais ou mensais), com apresentação dos principais KPIs, discussão de desvios e definição de ações corretivas. Essas análises ajudam a criar um ciclo contínuo de melhoria, onde cada indicador se torna um ponto de partida para otimizações técnicas, operacionais ou financeiras.
Empresas que estabelecem esse tipo de cultura colhem resultados duradouros: redução de custos, maior controle sobre a qualidade da água e menor risco de não conformidades.
Indicadores são ferramentas para a eficiência sustentável
O tratamento de água industrial está cada vez mais conectado à eficiência produtiva, à responsabilidade ambiental e à sustentabilidade econômica das indústrias. Nesse contexto, a gestão por indicadores se torna essencial para transformar a operação de uma estação de tratamento em uma atividade estratégica, integrada à rotina da empresa e alinhada às exigências do mercado.
Na Multiagua, acreditamos que os dados bem utilizados são aliados poderosos da produtividade. Com o apoio técnico adequado, qualquer empresa pode transformar sua operação de tratamento de água em um sistema mais enxuto, previsível e alinhado com os objetivos da companhia.
Se sua planta deseja revisar seus processos, implementar indicadores de desempenho ou otimizar o sistema de tratamento de água já existente, conte com a Multiagua. Nossa equipe está pronta para construir soluções sob medida para o seu desafio.
Solução completa Multiagua
Tratamento de Efluentes
Serviços de Consultoria com Projetos Personalizados
Nossa estrutura profissional oferece 3 Níveis de Consultoria especializada:
Projeto Completo que inicia na caracterização do efluente, escolha da melhor área para implantação, dimensionamento das unidades de tratamento, projeto executivo, acompanhamento de implantação até a posta em marcha. Ver mais
Produtos Químicos (Descolorantes, Coagulantes e Polímeros)
São produtos químicos especialmente formulados para melhorar o desempenho em processos de tratamento de Efluentes e de Reuso.
A combinação entre eles permite uma Eficiente Remoção de Cor, aliado a Redução de Carga Orgânica (DBO) e maior Decantabilidade dos Sólidos Suspensos. Ver mais
Equipamentos
Calha Parshall
Equipamento utilizado em canal aberto para medição da vazão instantânea de líquidos.
Nossa Calha Parshall é fabricada em fibra de vidro, possui régua de medição em aço inox 304 e pode receber o medidor ultrassônico para totalização de volume.
Peneira Estática e Autolimpante
A Peneira Estática Autolimpante, construída em aço inox 304, é destinada à remoção de sólidos em suspensão no efluente, tais como fibras de algodão, restos de tecido, couro e outros, com tamanho superior a 1,00 mm, protegendo assim os demais equipamentos da Estação de Tratamento de Efluentes de possíveis quebras ou entupimentos. Ver mais
Membrana Difusora de Ar
As Membranas Difusoras de Ar produzem bolhas finas que permitem maior transferência de oxigênio para o meio líquido. São construídas em EPDM (borracha de alta resistência química e física) e podem ser instaladas em Tanques (civil, metálico, polipropileno) ou Lagoas (talude com PEAD).
Soprador de Ar
O Soprador de Ar tipo Roots é construído sobre chassi de perfis com pintura anticorrosiva, silenciadores de entrada e saída, filtro de ar com indicador de sujidade, válvula de retenção e de segurança além de coxins anti vibratórios e protetores de polias e correias. Ver mais
Ponte Raspadora
A Ponte Raspadora de Lodo, com Tração Periférica, tem por finalidade a remoção do lodo decantado provenientes de coagulação química ou flocos oriundos do tratamento biológico. Ver mais
Adensador
O Adensador de Lodo é um equipamento com fundo inclinado para aumentar a concentração do lodo pelo processo de decantação, sendo bombeado para o sistema de desaguamento por prensa desaguadora, filtro prensa, decanter ou centrífuga. Ver mais
Prensa Desaguadora de Lodo
A prensa desaguadora é um equipamento de remoção de água em Lodo de forma mecânico através de esteiras e cilindros, produzindo uma torta de Lodo com teor de sólidos de até 20%. Ver mais
Decantador
Os decantadores ocupam um papel de relevância no conjunto, uma vez que neles se processa a decantação, a retirada do lodo e o afastamento do seu excesso. Ver mais
Flotador
O Flotador por Ar Dissolvido está destinado ao tratamento de efluentes com carga orgânica alta e material oleoso. O efluente segue por gravidade para câmara de flotação, onde ocorre a separação dos sólidos formados no floculador através da injeção da água saturada de ar. Ver mais
Qualidade
A Multiagua possui certificados pelo ISO 9001 desde 2005, garantindo que todas as atividades sejam geridas pelo sistema da qualidade e monitorados para o processo de melhoria contínua. Ver mais
Conheça mais sobre certificações e política de privacidade.
Certificações
Certificados pelo ISO 9001 desde 2005, garantindo que todas as atividades sejam geridas pelo sistema da qualidade e monitorados para o processo de melhoria contínua.
A empresa possui Certificados e Licenças que regulamentam as atividades perante aos órgãos de fiscalização CETESB, POLÍCIAS FEDERAL e CIVIL, IBAMA, CORPO DE BOMBEIROS, CRQ e PREFEITURA MUNICIPAL.
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NOSSO PROPÓSITO:
A MULTIAGUA tem como propósito, ser referência no segmento de TRATAMENTO DE ÁGUAS INDUSTRIAIS com o comprometimento de garantir a maximização da vida útil dos equipamentos dos clientes.
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Através da constante melhoria dos processos, de pessoal qualificado, do desenvolvimento de novas tecnologias e do desempenho profissional de nossos colaboradores, enfocamos como política da qualidade os pilares:
Satisfação dos CLIENTES quanto aos Produtos e Serviços fornecidos
Zelo e Cuidado com a propriedade do CLIENTE
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